9 de fevereiro de 2010

jegue

Quando eu era criança, um velho passava em frente de casa montado num jegue vendendo leite. O leite era barato e bom. E era divertido comprar leite de um velho montado num jegue. Hoje em dia, comprar leite de caixa ruim no supermercado não é divertido, nem saudável, nem barato. Não sei, mas o mundo industrializado, em que o homem consome o próprio homem, me traz sempre um sensação ruim de elo perdido, uma estranha tristeza bucólica de poeta barroco, uma vontade irracional de me transportar via internet ou satélite para a casa dos tios de Dorothy. Sim, Dorothy de o Mágico de Oz. Eu sempre quis voar naquela casa, desde que assisti pela primeira vez. Mas a realidade me diz que "we are not in Kansas any more". Sim, eu estou dentro de um supermercado em frente a uma tv de led e um tocador de blu ray. No trajeto rumo ao caixa, Beyonce na capa de uma revista. No Brasil, da janela do hotel, até parece um ser humano normal. Morena, cabelos encaracolados, barriguinha de fora...Acho que faltou o salto para parecer a mulher maravilha.
Eu tenho saudades do tempo em que assistia superman e rambo num tv 14" e acreditava na fantasia de hollywood. Eu tenho saudades de chacrinha, ou seja, do tempo em que um programa de auditório paralisava as famílias. O mundo mudou, ok. Hoje vivemos uma revolução na mídia. Só resta saber onde vamos depositar tanto lixo.

Um comentário:

Sophia disse...

O comentário que faria aqui ficou tão extenso que resolvi usá-lo como post do meu blog!
rsrs
Todos esses avanços tecnológicos e científicos nos levaram a um mundo muito impessoal.
Apesar de termos mais facilidade na comunicação, por exemplo, não temos tempo. Parece que quanto mais rápidas as coisas ficam, mais encurta o nosso tempo.
Por outro lado, dificilmente conheceria pessoas interessantes e suas ideias não fosse por isso.
Gostei do blog, vou segui-lo.
Dá uma passadinha no meu tb.

Abraço.