9 de abril de 2007

Doce, doce, doce...


Talvez você ainda não tenha sido informado, mas não existem mais crianças no mundo! Se você ainda não leu o jornal de hoje, corra até a banca ou ligue a tv. Todas elas sumiram, pegaram o disco voador de xuxa e foram parar em algum planeta perdido por aí. Não há vestígios. Não há indícios. Não restou uma única criança sequer pra contar a estória. É fato lamentável. Mas é a verdade.
Mas corra até o quarto de seu filho, quem sabe o destino tenha sido benevolente com ele e o tenha deixado quietinho lá, dormindo tranquilamente em seu travesseiro.
Quem sabe ainda existam crianças em quartos de crianças.

6 de abril de 2007

O mundo acabou

O mundo acabou, só eu e você sobrevivemos. Não há mais água no planeta, a floresta amazônica foi totalmente destruída, o aquecimento global acabou com todas as espécies vegetais e animais. Não há mais calota de gelo sobre calota de gelo.


5 de abril de 2007

Quem apagou a luz

Poucos dias após o Presidente da República ter exigido dos principais representantes do setor aéreo data e hora (horário de Brasília? considerar fuso horário?) para o “fim da crise nos aeroportos do país”, os controladores de vôo, sensíveis ao apelo e conscientes de que suas funções são uma questão de Segurança Nacional, resolveram fazer a sua parte: cruzar os braços e não apertar mais nenhum botão, quando a greve para a categoria é proibida por Constituição.
- Senhores contribuintes, apertem os cintos, o país vai realizar um pouso de emergência por motivo de uma greve de fome!
O ministro da Defesa, Waldir Pires, logo se pronunciou, alertando os militares para lembrarem de suas responsabilidades e afirmando que o Estado de Direito não pode ficar refém de ninguém. (Quem ficou refém de quem?) A FAB, para melhorar a situação, resolveu dar ordem de prisão aos insurgentes, mesmo sabendo que não tinham pessoal para substituir. O importante, nesse caso, era ser fiel às regras e princípios de controle (?) disciplina e autoridade. Contrariamente, o presidente, que parece ter agido de maneira mais sensata, resolveu, através de seu gabinete de crise, negociar com os amotinados, gerando o que os militares definiram de quebra de hierarquia. A FAB então, ressentida com tamanha falta de respeito e quebra de autoridade, decidiu, unilateralmente, em menos de vinte e quatro horas, entregar(alguns alegam que se tratou de puro abandono) o controle do tráfego aéreo civil a... quem? a seu zé ninguém (claro) e formalizou a decisão com a publicação de uma nota oficial em poucas linhas, escrita às pressas (como quem escreve um recado também de seu zé ninguém), pra que não restassem dúvidas de que, além do descontrole no motim dos controladores, agora estava sacramentado também o descontrole do Controle.
Na segunda-feira, o presidente voltou atrás na promessa de que não haveria punição para os militares. Em resposta à cortesia, A FAB aceitou reassumir suas funções.
Toda essa novela, me deixa com um boing atrás da orelha quanto ao discurso político de que as instituições no Brasil são sólidas. Percebe-se que, nos últimos seis meses, a únida coisa de sólida encontrada no Brasil foi o chão dos aeroportos que serviu de cama para os pobres coitados cidadãos brasileiros que saíram na foto com cara de sem-terra. Mas, calma, não há culpados, até porque todo mundo sabe que não foi a aterrissagem (embora desconcertante) dos "aviões" da Varig em revista masculina que desencadeou a crise aérea nossa de cada dia. Da mesma forma, não foi a pomba morta (macumba?) - que provocou o fechamento da pista principal do aeroporto de Congonhas - nem o cachorro que invadiu a mesma pista no mesmo mês, a causa da crise. Convém ressaltar que São Pedro também deve ficar livre de qualquer punição, mesmo após a Infraero ter alegado a chuva como causa de atrasos de vôos em Cumbica e o ministro da Defesa em seguida ter pedido a punição dos responsáveis.
Nos resta como consolo, entretanto, um dado esclarecedor: a famosa foto! A imagem da brasileira sendo “apalpada” (por que eu usaria outro termo?) pelo príncipe herdeiro do trono britânico, contém aspectos reveladores:
a. se no Brasil não se respeita a coisa pública, porque o príncipe não poderia meter a mão na coisa privada?
p. de forma análoga e anatômica, nossa crise é cíclica.
a. apagão, por natureza, não iria sair no The Sun.
g. se estivessem com as mãos devidamente ocupadas, os controladores fariam greve de qualquer coisa, menos de fome.
a. a brasileira provou que é possível subir, mesmo sem avião.
o. em país de primeiro mundo,mesmo com todo o escuro duma boate, foi demonstrado que é possível controlar alguma coisa.
Só não me perguntem quem apagou a luz.