30 de julho de 2008

Boa tarde pessoaaaaaal

Tenho uma enorme dificuldade em entender porque certas pessoas se acham no direito de incomodar as outras, principalmente, quando são desconhecidas. Acredito que a rua já é um espaço público de extensão considerável, para as pessoas que necessitam, venderem ou pedirem o que quiserem. É certo que o ônibus é um transporte público. O problema é que no Brasil as pessoas costumam associar público com puteiro, onde o indivíduo acredita poder fazer o que bem entender. Eu respeito profundamente o trabalho desses meninos pobres que precisam trabalhar logo cedo para sobreviver, mas tudo tem limite, principalmente o de decibéis. Todos os dias, geralmente, mais de uma vez, na ida e na volta, tem que entrar esses meninos com a célebre frase: “bo(a) (tarde) pessoal, desculpa incomodar o silêncio de vocês!” Alguns ainda complementam: “o silêncio e o sossego da viagem de vocês”. Ora, mesmo conscientes que estão incomodando, ainda insistem. Sugiro que nunca entrassem, mas se continuarem entrando, que o façam gritando menos. Quem está no veículo, simplesmente é abstraído abruptamente do direito ilanienável de pensar, imaginar, lembrar, raciocinar, estudar, dormir, ler, trabalhar mentalmente, ouvir uma música, enfim, executar qualquer faculdade cognitiva por causa de um menino que resolveu entrar berrando e que, quando desce, já tem outro no ponto de ônibus aguardando sua vez. Outro dia, estava eu voltando da faculdade, perto das 23:00hs, cansado e tentando tirar aquele breve cochilo, quando entra um rapaz gritando pra vender balas de gengibre. Se um dia eu ganhar na mega-sena, vou comprar todas as balas de gengibre do mundo e fechar todas as suas fábricas. O sujeito trabalha o dia inteiro, volta pra casa cansado e ainda tem que ouvir gente gritando no ônibus? Pra mim,já bastam aqueles que ficam treinando canto lírico achando que estão no banheiro de casa.

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