12 de junho de 2010

Alicia

até agora, eu poderia dizer que a coisa mais interessante que vi nessa Copa do Mundo foi Alicia Keys cantando Empire State of Mind.

gueto

num gueto de Salvador eu sentei e ouvi Pink Floyd

liquidificador

não se pode mais dizer que homens são inúteis fins de semana em casa, principalmente em dia de jogo de copa do mundo, porque, creiam, hoje eu consertei um liquidificador.

11 de junho de 2010

se for

só quero morrer se for de saudades

9 de junho de 2010

6 de junho de 2010

saudade

ontem à tarde lembrei de meu avô
e foi uma lembrança forte, uma saudade forte
uma saudade do tempo em que eu o via na varanda de casa, sentado na cadeira de balanço, dando conselhos ou simplesmente dormindo
uma saudade de avô

era gostoso quando eu criança ia na casa dele pegar carambolas no quintal.
almoçar nas tardes de domingo
ouvir histórias antigas
e tinha sempre orgulho porque era veterano de guerra
uma saudade forte
saudade de avô

o cair da poesia

nos prédios não havia poesia
quando o homem se jogou pela janela não havia poesia
quando o carro buzinou lá em baixo não havia poesia
quando o policial gritou não havia poesia
quando o chão tremeu não havia poesia
e mesmo quando a chuva caiu não havia poesia
naquela tarde não houve poesia

cachimbo

a velha feia fumava seu cachimbo na entrada da escola.
era sempre assim, quando eu chegava de manhã ela estava lá sentada com o velho cachimbo.
eu não entendia como uma pessoa poderia ficar tão feia, tão velha e soltando fumaça pela boca.
era estranha aquela imagem. não tinha nada a ver com meus 6 anos de idade. não tinha nada a ver com minha infância, com meu sorriso feliz e meus cabelos louros.
era uma velha feia e eu nem tinha 10 anos. eu gostava mesmo era de assistir homem aranha e de correr no pátio da escola.

casa

Não foi a casa que mudou meu bem, foi você quem cresceu.

tarde infinita

Enquanto ela se balançava na rede ele, sentado no canto da porta, escrevia-lhe uma poesia.
e ia unindo palavras e palavras. uma linha, duas linhas, enquanto os cabelos de Juliana balançavam ao som das palavras
os sentimentos transbordavam e aquelas palavras afundavam no caderno como gotas de coração que se impregnavam no papel.
a menina sorria e cantarolava na rede, enquanto o menino escrevia poesias numa tarde infinita

diferente

Mas percebo agora
Que o teu sorriso
Vem diferente
Quase parecendo te ferir
...

Legião Urbana

orange county

Não sei o que acontece
mas filmes bobos que passam em tardes de sábado no SBT às vezes me tocam mais que qualquer outro filme campeão de bilheteria.

Orange county, filme bobinho, pra quem tá de bobeira em casa esticado no sofá pensando no que vai fazer mais tarde. Mas dei muita risada e o mais importante, me fez refletir sobre uma questão essencial:

estamos em busca de algo realmente importante pra nossas vidas, ou nosso objetivo é uma pura ilusão?

Bom filme

sem amanhecer

Certa manhã acordei, quando não era para acordar
estranhamente acordei
o silêncio de um quarto quase vazio me assustava
e os poucos móveis me pareciam deformados
o espelho, no canto da parede, como se quisesse falar comigo.
dentro do espelho, dizem os filmes de ficção, existem mundos
mas eu não queria conhecer mundo algum, definitivamente, invariavelmente.
estranha manhã
pela frecha da janela vi nuvens escuras
não ouvi passos de transeunte algum
nenhum raio de sol
nenhuma criança correndo na rua
estiquei os ouvidos, mas não havia barulho de xicaras na cozinha
estranha manhã quando não deveria acordar
então, desesperadamente fechei os olhos, apertando com força

não era pra acordar
estranho acordar de um dia sem manhã em que despertei sem amanhecer
estranhamente acordei

brancas

elas estavam lá, pairando sobre o horizonte
um mar azul calmo, quase sem ondas
um azul como jamais se viu
um vento leve que balançava os cabelos de Paulinha
o vento, confesso, estava um pouco quente, mas era um quente gostoso
areia fofa e as gaivotas brancas pairando sobre o horizonte
um horizonte sem fim,
o horizonte sem fim
seria o fim, porque nunca mais estaríamos ali
nunca mais o vento quente de uma tarde de gaivotas brancas sobre um mar azul balançaria os cabelos finos e pretos de Paulinha
nosso fim dentro de um horizonte sempre sem fim