26 de novembro de 2009

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19 de novembro de 2009

um pouco de mundo ou...

... iniciação em teoria política.

"O mundo que foi projetado torna-se uma utopia, que se consolida a cada aceitação silenciosa a que nos sujeitamos todos os dias.A verdade é que a justiça do mundo não depende de modo objetivo do regime político sob o qual vivemos, ou de quanta informação chega até nós. A igualdade é feita por pessoas, pelos seus interesses, e por suas diferenças. O mundo não é uma mentalidade só, e não poderá ser enquanto cada um não ceder uma parte de seus desejos e aceitar algo completamente diferente. E, até que isso aconteça, as revoluções e lutas ideológicas realizadas até hoje terão sido em vão".


Esse é um trecho do primeiro texto político de Tai. Ela acha que "fracassei miseravelmente". Eu acho que ficou massa.

sobre os cabelos alaranjados de Julia

Julia tinha asma. Julia morava numa bola gigante e transparente de vidro. Alguns a chamavam de redoma. Mas Julia ententia que fosse uma bola.
Os cabelos de Julia eram finos e batiam no chão. Loiros. Quase castanhos.
Pela janela, entravam raios de luz. Fracos raios de luz que também batiam no chão, do lado de fora da bola. Pela janela, Julia via algum momento da vida. Algum movimento da vida. Alguma metada da vida. A vida pulsava no coração de Júlia, apesar da asma. Havia brinquedos no quarto de Julia. Cada um, preso em sua caixa original. Era preciso proteger da poeira e do desgaste. Em alguns momentos, Julia saia da bola. Saia, mas sempre voltava. Dentro da bola, Julia se sentia segura. Tinha medo de morrer, de asma. Julia tinha medo de morrer e de viver, de modo que o medo era uma forma de não viver sem morrer.
Os cabelos de Julia batiam no chão e da janela Julia vislumbrava sempre um momento, um pedaço, um reflexo do mundo.
Julia via sempre pedaços, apesar de seus cabelos grandes.
Um dia Julia entendeu que a janela de seu quarto era pequena. Que seus cabelos eram pequenos e que só os pedaços não faziam muito sentido.
Pela primeira vez em sua vida, Julia deixou que os raios do sol se derramassem por seu pálido rosto.
Era verão.
Julia fechou os olhos e sorriu.
A vida não era um pedaço de sua janela. Nem seus cabelos eram tão grandes e loiros assim.

15 de novembro de 2009

e nem chegou o carnaval...


em 15 de novembro de 2009.
Pra quem busca desvendar o substrato psíquico comum de natureza suprapessoal ou o inconsciente coletivo, pelo menos dos internautas brasileiros, segue a dica:

Bruna Surfistinha = bunda
Viviane Araújo = bunda
Futebol ao vivo = pelada
Campeonato Brasileiro = pelada
Juliana Paes = bunda
The Sims = dentro do quarto pode haver uma bunda
Jogos de futebol = pelada
Jogos de corrida = uma possível bunda nas arquibancadas
Lady Gaga = bunda
Jogos de carro = uma loira bunduda dando a partida
.
Em suma, uma bunda e, de preferência, pelada.

7 de novembro de 2009

quase tarde

Alice morreu ontem. Era uma tarde morna. Morno o tempo, morna a água. Seu corpo boiava sobre a água salgada. Mas ainda estava viva. Gostava de boiar, esticar braços e pernas sobre as águas mornas do mar e deixar que os raios do sol, agora fracos porque já passava das quatro, tocassem levemente sua face. Na havia ondas. Era uma tarde tranqüila, um mar tranqüilo. O corpo continuava boiando, pra lá, pra cá. Uma sensação de paz preenchia seu coração. Naquele dia, água salgada não entrou em seu nariz. Até a temperatura do vento estava ideal. E ela sentia que era delicioso sugar o vento como se sugasse toda a vida do mundo. Em sua cabeça não havia mais preocupações. Todas já haviam se afogado. Alice flutuava nas águas e, de longe, só viam sua testa, a ponta de seu nariz e dos dedos dos pés. Alice tinha os cabelos ruivos que também não perdiam a oportunidade de boiar. Alice girava enquanto o sol vagarosamente se punha. Não eram cinco. Mas já passara das quatro. Era o horário que ela mais gostava. Um sol que não queimava, apenas lhe trazia uma gostosa sensação de energia. Tudo estava estranhamente perfeito naquele dia. Daria um quadro, um quadro no quarto de Alice. No céu, poucas nuvens. Alice sempre apreciou o horizonte mas, naquela tarde, que não era tão quente nem tão fria, que não era repleto sol nem lua, a menina não quis olhar o infinito. Continuava dormindo sobre as águas. Alice não morreu de afogamento. Não morreu da ingestão de água salgada. Não morreu de susto ao imaginar que seria devorada por tubarões. Não morreu de insolação. Alice morreu um dia antes de fazer 19 anos, no dia 29 de novembro do ano 2039 após o nascimento de Cristo. Os médicos que fizeram a autópsia chegaram todos a uma única conclusão. Motivo do falecimento: uma sensação profunda e quase inexplicável de paz.

4 de novembro de 2009

a diferença

Descobri que uma das principais diferenças entre eu, 29, e minha prima,13, é que ela adota duas maneiras práticas de resolver qualquer conflito. Uma é dizendo "sei lá". A outra é justificar qualquer atitude com o "estava a fim". São duas maneiras práticas de relaxar o cérebro e sentir o gostinho da adolescência rebelde. Se um adulto toma uma decisão irresponsável, geralmente vai desenvolver uma teoria científica e reunir argumentos dos mais diversos ramos do conhecimento para que, de posse de uma concepção holística à beira do transcendental, cujas raízes se encontram nas mais profundas teorias psicológicas behavioristas, cognitivas e evolucionistas, apresente uma justificava razoável. Se o adolescente desconstrói o mundo em sete dias, vai apenas dizer que fez porque estava a fim. Mas se engana quem pensa que esse argumento é inconsistente. Na verdade é um dos mais complexos. Funciona como aqueles provébios chineses do tipo "a água sustenta o barco. a mesma água afunda o barco". Ou um lição cristã, do tipo: " o homem colhe o que planta". Ou seja, são apenas algumas palavras mas que guardam alguma sabedoria . Agente sabe, sempre ouviu, mas morre e não aprende. Quando um adolescente diz que fez porque estava a fim ele não está negando sua capacidade de raciocinar e de apresentar argumentos coerentes e sólidos. Ele não está alienado de seus próprios motivos. Ele não está incapacitado de associar pensamento, sentimento, comportamento, causa e efeito no universo. Mas é verdade também que o adolescente, como o próprio adulto não tem consciência do motivo de todas suas ações. Ele responde que estava a fim por duas razões: 1. desinteresse em filosofar. 2. capacidade extraordinária de sintetizar. No momento em que o adolescente percebe que as causas para aquele determinado comportamento são as mais diversas (família, religião, genética, impulsos inconscientes, novelas, professor, amigos, a lua, internet, namorado(a), cotação do dólar, conflitos na faixa de Gaza, globalização, guerra de traficantes no Rio, desemprego, Twitter, comportamento das celebridades, destino, entre outros) ele simplesmente e, inteligentemente, se poupa de uma desnecessária e penosa elucubração filosófica que, por fim, só lhe causaria desgaste mental além de não garantir a devida absolvição. Tomando um caminho mais prático e sensato, o adolescente simplesmente sintetiza com um "tava a fim". Esse tava a fim, como o provérbio chinês, não é vazio, por ser curto. Ao contário, possui um significado complexo e profundo, justamente por abranger aquele conjunto de eventos que influenciam o comportamento. A diferença é que nessa situação, a outra pessoa é que tem que se dá ao trabalho de compreender.
'Sei lá" também é gostoso de se pronunciar. Experimente. Da próxima vez que seu chefe lhe perguntar porque ele deveria acatar a sua sugestão de demitir 50% do pessoal e investir naquela tecnologia que custará 50 bilhões de dólares, você responde com um simples "sei lá". Vale para a sogra, para o cônjuge, pro vizinho chato, ou para aquela pessoa que é a autoridade máxima em sua vida. Afinal, não somos a wikipédia para saber de tudo nem um transação bancária para ser on-line. A atitude do adolescente de dizer "sei lá" não significa burrice, demência, autismo nem DDA (distúrbio do déficit de atenção). É apenas uma forma de manifestar o que realmente somos, seres humanos, e não o banco de dados da Receita Federal.