24 de março de 2007

Bush só para maiores


Contradizendo o ponto de visa de muitos, Bush não veio ao Brasil atrás de cana de açúcar, nem para marcar presença na América Latina frente à crescente influência ideológica de Chávez. Existem, na verdade, diversas teorias quanto aos motivos dessa viagem realizada para baixo (de seus sapatos) e da linha do equador. As opiniões a seguir (não refletem a opinião do autor), foram reunidas entre diversos sociólogos, historiadores, filósofos, antropólogos, analistas políticos, videntes e alguns bêbados de um bar próximo de minha casa:
a) Bush veio se desculpar pessoalmente com Lula, por não ter concedido ao Brasil uma cadeira no Conselho de Segurança da ONU. Em compensação, financiou a compra de cadeiras, mesas e poltronas importadas para o novo prédio da Assembléia Legislativa de São Paulo, que ainda não está pronto, mas já custou 12 milhões ao meu bolso.
b)Veio negociar a compra da floresta amazônica para expandir a área de seu curral no Texas.

c)Temeroso com a possível derrota no Parlamento para os democratas que exigem a retirada dos soldados americanos do Iraque, e com sua crescente perda de popularidade, tratou sobre a possibilidade de se exilar aqui no Brasil, caso os americanos queiram presenteá-lo com uma corda no pescoço.
d)Veio vasculhar se Bin Laden não estaria metido por aqui, após ser informado - quando contava a estória do Lobo Mal numa escola primária americana - sobre nosso apagão aéreo.
e)Sentiu que seria um ato de caridade aumentar um pouquinho o Ibope de nossas emissoras, que não perderam tempo em acompanhar todos os seus passos, inclusive quando estava dormindo.

f)Estimular entre os brasileiros uma campanha nacionalista que nos proteja dos interesses internacionais e reafirme nossa independência econômica, cujo slogan seria: “O Etanol é nosso”!

Como indica a última hipótese, algumas pessoas acreditam que o principal interesse de Bush no Brasil seja, de fato, o álcool, principalmente – e muito preocupados com isso – aqueles que não largariam a cachaça por nada nessa vida. Ele que o diga...


22 de março de 2007

Crescimento e Córtex

Como tudo no Brasil é uma questão de dar um jeitinho, o próprio governo brasileiro através de seu Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), após sofrer intermináveis críticas nos últimos meses pelo baixo crescimento econômico, resolveu dar o seu jeitinho, adotando medidas práticas para calar (pelo menos momentaneamente) a crítica e dar ao país uma cara de menos pobre. Dessa vez, o jeitinho foi a “mudança na metodologia de cálculo do Produto Interno Bruto (PIB)". Umas mexidinhas aqui e acolá no “x” e no “y” e pronto: da noite pro dia o Brasil já era outro, melhor, claro. Os novos resultados apontam que:
a) Entre 2002 e 2005 o PIB foi maior do que se pensava.
b) Durante os últimos anos do governo FHC o PIB foi menor do que se pensava.
c) A dívida pública (calculada proporcionalmente ao PIB) diminuiu.
d) A carga tributária, também em termos proporcionais ao PIB, sofreu redução.
Enfim, com uma calculadora só, o governo conseguiu resolver três grandes males que atormentam a vida de todos nós brasileiros,trabalhadores e empresários.
Enfim, o espetáculo do crescimento.

Paralelamente a essa excelente notícia de crescimento econômico, nossos representantes já tomaram as devidas providências para distribuir melhor essa riqueza e irão encaminhar nos próximos dias ao Congresso proposta de aumento de seus próprios salários (presidente, ministros e parlamentares) em 26,5%. Eles merecem.

Enquanto isso do lado de cá, o povo, da mesma forma, será recompensado com a diminuição dos rendimentos da caderneta de poupança e do FGTS, devido a umas pequenas mudanças também no “x” e no “y” da TR (taxa referencial), realizada pelo governo, por solicitação dos bancos.

Para concluir, a Revista Nature publicou nesta quarta um estudo sobre a influência de uma região específica do cérebro (ventromedial do córtex pré-frontal ) nas atitudes que envolvem julgamento moral. A pesquisa revelou que as pessoas que sofreram traumas nessa região tomaram decisões sem fazer considerações morais, de forma fria e racional.

Só nos resta saber onde que nossos representantes bateram a cabeça quando crianças.

P.S: Texto publicado no A Tarde Online - Blog do DEZ!

18 de março de 2007

Mundo dos gordos


Tenho a impressão de que todos nós, sem exceção, vivemos num mundo de gordos. Embora haja aqueles que defendam que 99,99% da população mundial caloricamente ativa seja obesa, ainda existem espécies de magros, magérrimos e magricelos que, embora em possível fase de extinção, continuam sonhando e pagando para ingerir alimentos que lhes rendam alguns quilos a mais. Tenho certeza de que para os magricelos, é triste olhar um comercial na tv ou outdoor anunciando um produto zero. Não foi "menos 30%", "menos 70%" calorias. Não! Definitivamente foi 0 (zero). Seria fantástico se fossem apenas alguns produtos. O fato terrível, porém, é que tudo nos supermercados está se tornando diet ou light. Ou seja, os supermercados estão se tornando verdadeiros centros de consumo exclusivos para gordos. Pior do que isso, tem gente magra aderindo à moda. São magros que obviamente não se olham no espelho. A coisa é tão séria que minha sobrinha de cinco anos, coitada, disse que não quer comer muito pra não ficar gorda. Eu falei que se ela comer bem não fica gorda, apenas não vai ficar parecendo um palito de dentes.

Meu protesto aqui, entretanto, não diz respeito a anorexia. Só espero que a indústria alimentícia lembre que existem pessoas ainda no mundo que querem e gostam de ingerir CALORIAS, e isso as faz muito felizes.

Quem disse que dinheiro não cai do céu

Meu pai me dizia que dinheiro não cai do céu, agente é quem tinha que correr atrás. Claro que ele disse isso porque nunca tinha ouvido falar em casos como o ocorrido na última quarta feira na zona rural de São Sebastião do Passé (61 km de Salvador). Como sabido, literalmente, R$ 5,56 milhões cairam do céu. Os moradores da região, claro, não perderam tempo e, em poucos minutos, já haviam feito seus devidos saques. Dinheiro vivo, sem fila, (não exigia cartão, senha, comprovante de renda, residência, não descontava em folha, não cobrava as menores taxas do mercado, não precisava ser aposentado nem pensionista, nem falar com a moça) e o melhor, veio do céu, o que era sinal de benção, deixando-os sem nenhum sentimento de culpa ou constragimento.
A polícia logo interferiu para resgatar a fortuna daqueles infiéis. Houve gente que enterrou dinheiro nos fundos da casa. Não que ali fosse um lugar seguro. É que em terra que dinheiro cai do céu, porque não nascer um pezinho no quintal? Eu não estava lá, infelizmente, para poder flagrar os lugares mais impensáveis onde aquelas pessoas esconderam aquelas cédulas. A polícia, com certeza, terá que trabalhar muito com a imaginação.
Vai lá saber onde aquele povo enfiou tanto dinheiro.